quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Programa contra dependência química da Cruz Vermelha é implantado no Patronato Lima Drummond

Um convênio assinado entre a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), a Fundação Patronato Lima Drummond e a Cruz Vermelha passou a disponibilizar a partir da última segunda-feira (10)  atendimento psicológico para apenados dependentes químicos acolhidos no Patronato Lima Drummond.

A iniciativa integra atividades do projeto Restaurando Trajetórias, cuja previsão de término será em 10 de março de 2017.

Equipe da Cruz Vermelha, Fundação Patronato Lima Drummond e Susepe durante assinatura do convênio

Susepe, Cruz Vermelha e Fundação Patronato Lima Drummond na luta contra a dependência química de apenados
Foto de Neiva Motta
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O termo foi assinado na última segunda-feira (10) pelo presidente da Fundação Patronato Lima Drummond,  Nício Brasil Lacorte, pela diretora do Patronato Lima Drummond, Maria Felippetto e o representante da Cruz Vermelha, Manoel Garcia Junior.  A vice diretora da Fundação, Maria Médici, também participou do ato.

A diretora do Departamento de Tratamento Penal, Mara Minotto, reiterou que o projeto é um enfrentamento a realidade problemática da dependência química. "Na prática, trata-se de uma excelente ação que desestimula o círculo vicioso das drogas, já que a maioria das prisões dos jovens é fruto do envolvimento com o tráfico”, disse.

De acordo com Lacorte, a Cruz Vermelha está vindo para o interior do ambiente prisional um trabalho efetivo contra a dependência química. O presidente da Fundação pediu aos apenados que aproveitem a oportunidade do tratamento, que é totalmente gratuito a eles.
"Vamos fazer nossa parte  e vocês devem tentar sair dessa. Um grande número de pessoas podem não conseguir se livrar das drogas. No entanto, se afastarmos, definitivamente, um ou dois, já teremos atingido nosso objetivo. Mas tenho certeza de que vamos ter um resultado muito maior que um, por que acompanho vocês e vejo o esforço do cumprimento de pena com responsabilidade e de forma pacífica", falou Lacorte.

A Fundação

A Fundação, idealizadora do projeto, vai disponibilizar espaço físico para execução dos atendimentos, que serão desenvolvidos por um equipe de especialistas da Cruz Vermelha e coordenado pela Susepe. Com duração de seis meses, a previsão de término é para 10 de março de 2017 e vai acontecer todas às segundas-feiras, durante três horas.

O Patronato

Na oportunidade, a diretora do Patronato Lima Drummond, Maria Felippeto, pediu colaboração aos apenados no sentido de tratarem a iniciativa com comprometimento.  A listagem dos internos indicados ao projeto será feito pelo Patronato.  "Vamos comunicar ao juízo da Vara das Execuções Criminais a relação dos internos ligados ao projeto da dependência química ", informou Felippeto.

A equipe técnica  da Susepe integrada neste projeto é composta pela assistente social da Susepe, Cintia Estigarribia e pela psicóloga Maria Astarita Soirefmann.  A ação vai ser coordenada pela psicóloga e conselheira da Fundação, Eloisa Pitrez que vai elaborar um relatório e,  ao fim do projeto emitirá seu "feed back" sobre os resultados.  Caberá a ela também acompanhar e avaliar o projeto em todas as fases de sua execução junto a Cruz Vermelha.

O serviço contempla também acompanhamento para dependentes químicos e seus familiares, que será executado pelas técnicas da Susepe, a psicóloga Maria Astarita e pela  assistente social,  Cintia Estigarribia.

A Cruz Vermelha

A Cruz Vermelha deverá executar o convênio conforme plano de trabalho e repassar o pró-labores das respectivas técnicas. Também vai apresentar ao final do convênio prestação de contas dos recursos recebidos.

Quanto as ações pela Cruz Vermelha, os serviços serão desenvolvidos pela assistente social Marlene Soso e a psicóloga Letícia Rodrigues.  Conforme as profissionais,o projeto é piloto e vai atender  até 40 apenados do Patronato. "Vamos trabalhar com grupos terapêutico , motivacional ,  psicoeducação , aplicando a terapia comunitária", pontuou Letícia.

Neiva Motta
Imprensa Susepe

sábado, 24 de setembro de 2016

Missa celebrada na Fundação Patronato Lima Drummond lembra dois anos da morte de Maria Tavares

A morte da assistente social Maria Tavares ocorrida dia 21.09.2014 em Porto Alegre,  foi lembrada em uma missa realizada às 17h30, no casarão antigo da Fundação Patronato Lima Drummond, onde morava numa simples casa de madeira erguida numa área em meio à natureza. 

Maria Tavares, às vésperas de completar 103 anos
O padre Enésio Ferla, da Paróquia Nossa Senhora de Misericórdia, celebrou a missa para familiares, apenados, integrantes da Pastoral Carcerária, representante da ONG Fui Preso, servidores da Susepe e gestores da Fundação Lima Drummond.
Maria Ribeiro da Silva Tavares fundou, em 1942, o Patronato Lima Drummond, que abriga apenados do regime semiaberto por meio de convênio com a Superintendência dos Serviços Penitenciários- Susepe.
Referência em Inclusão Social
O presidente da Fundação Lima Drummond, o delegado aposentado da Polícia Federal, Nício Brasil Lacorte,  contou que na antiga Casa de Correção de Porto Alegre, no Gasômetro,  formou-se o primeiro grupo de apenados que trabalhava fora da prisão e chegou a ter mais de 200 sob sua tutela. Durante a transição para o Presídio Central, na década de 1960, era a única autorizada a entrar nas cadeias para controlar motins e mediar rebeliões. "Nunca ninguém fugiu", lembrou Lacorte.
Presidente da entidade Nício Lacorte propôs troca de nome para "Fundação Maria Tavares" que vai proceder à Fundação Patronato Lima Drummond
Netas e filho de Dona Maria, Carlos Eduardo Aguirre
Fundação Patronato Lima Drummond
A nomenclatura Fundação Patronato Lima Drummond confunde-se com estabelecimento prisional Patronato Lima Drummond. "Vocês estão internos no Patronato e não na  Fundação", esclareceu .
A Fundação é uma entidade filantrópica e voluntária. Se dedica ao tratamento penal  para viabilizar oportunidades para pessoas que não querem mais praticar crimes e nem correr o risco de serem mortas. "A Fundação é para quem quer viver em paz e nossa função é de promover a paz", disse Lacorte.
 Fundação Maria Tavares
Proposto por Nício Lacorte e aclamado por unanimidade durante assembleia, foi aprovada a mudança do nome da Fundação Patronato Lima Drummond para Fundação Maria Tavares. "Dona Maria nunca quis por nada em seu nome, mas tomamos a decisão e ela deve estar aplaudindo lá de cima", falou.
Para Carlos Eduardo Aguirre , filho de Maria, a Fundação é gerida por uma filosofia de vida. "Quando havia algum problema com seus 'anjos' como Maria se referia aos apenados, o olhar dela se transformava, e imediatamente ligava para autoridades a fim de buscar uma solução para qualquer problema com eles", lembrou.
Carlos classificou o Patronato como um oásis para quem cumpre pena no regime semiaberto. "Por isso, temos que manter a filosofia de Dona Maria, buscar ferramentas de inclusão e acreditar sempre no ser humano", falou.
De acordo com Maria Lúcia Médici, Vice-Presidente  da Fundação Lima Drummond , até nos últimos momentos de sua vida, Maria Tavares, dedicou-se para seus "anjos".  A diretora do patronato Maria Felipetto pediu aos apenados que sigam no caminho da inclusão social, valorizando todo o esforço deixado por vó Maria, como era carinhosamente chamada pelos mais próximos.
Neiva Motta / Susepe

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Por Sidinei José Brzuska

"O CASARÃO

Casarão de Fundação Patronato Lima Drummond

O núcleo político, dos últimos três governos do Estado do Rio Grande do Sul, vem apostando no complexo prisional de Canoas, como alternativa para desconstruir o ícone negativo do sistema penitenciário que se tornou o Presídio Central.

Setores da imprensa, igualmente imediatista, surfam na mesma onda.

Mas, a despeito da ignorância governamental e da nossa falta de cuidado com a história, lentamente, por trás das árvores do bairro Teresópolis, como uma espécie de fênix, ressurge o velho casarão da Maria Tavares.

A história do casarão começou antes da existência do Presídio Central. É da época da antiga Casa de Correção. Desde então sempre se apresentou como uma alternativa viável. Ali sempre foi a melhor casa prisional do Estado. Um local de recuperação e de integração social.

Se há algum local que pode se tornar símbolo de mudança, de melhora e de esperança, ele está sintetizado nesse casarão, e não no complexo prisional de Canoas."

Por Sidinei José Brzuska

"O CASARÃO
Casarão de Fundação Patronato Lima Drummond
O núcleo político, dos últimos três governos do Estado do Rio Grande do Sul, vem apostando no complexo prisional de Canoas, como alternativa para desconstruir o ícone negativo do sistema penitenciário que se tornou o Presídio Central.
Setores da imprensa, igualmente imediatista, surfam na mesma onda.
Mas, a despeito da ignorância governamental e da nossa falta de cuidado com a história, lentamente, por trás das árvores do bairro Teresópolis, como uma espécie de fênix, ressurge o velho casarão da Maria Tavares.
A história do casarão começou antes da existência do Presídio Central. É da época da antiga Casa de Correção. Desde então sempre se apresentou como uma alternativa viável. Ali sempre foi a melhor casa prisional do Estado. Um local de recuperação e de integração social.
Se há algum local que pode se tornar símbolo de mudança, de melhora e de esperança, ele está sintetizado nesse casarão, e não no complexo prisional de Canoas."