Lacorte foi eleito por aclamação nesta quinta-feira
Lacorte é o presidente da Fundação e da Cruz Vermelha |
Lacorte é delegado aposentado da Polícia Federal, foi secretário da Segurança Pública do Espírito Santo e corregedor-geral e superintendente da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e estava há cinco anos anos na presidência da Cruz Vermelha Regional, no Rio Grande do Sul e ficará na presidência nacional até julho de 2013.
Segundo o novo presidente nacional, sua principal missão será a de recuperar a credibilidade da Instituição, após as denúncias que ganharam repercussão na mídia.
O novo presidente continuará desempenhando suas atribuições na FPLD, cumulativamente às da Cruz Vermelha Nacional, contando, logicamente, com o apoio da boa equipe que montou na diretoria, além dos conselheiros desta Instituição.
O Dr. Nício Lacorte concedeu entrevista nesta quinta-feira à Zero Hora, cuja íntegra reproduzo abaixo:
O Dr. Nício Lacorte concedeu entrevista nesta quinta-feira à Zero Hora, cuja íntegra reproduzo abaixo:
Zero Hora – Qual o tamanho do prejuízo das denúncias para a imagem da Cruz Vermelha?
Nício Brasil Lacorte – Não tem a menor dúvida de que qualquer denúncia mancha a imagem. Mas isso não quer dizer que o prejuízo seja muito grande. Se a entidade acobertasse, aí sim, perderia credibilidade. Mas a Cruz Vermelha está apurando.
ZH – Como o senhor pretende recuperar a imagem da instituição?
Lacorte – Já saí da eleição fazendo planos. No avião, já fiz um projeto. A primeira coisa é que devo chamar a assembleia geral, no máximo, em 20 ou 25 dias. Na assembleia serão indicados nomes para compor o conselho diretor, porque há perto de 15 ou 20 vagas no conselho, que vou tentar preencher com pessoas de alta relevância nacional, que tenham importância nacional, para que tenhamos nomes de peso para nos aconselhar.
ZH – A ideia é mudar os nomes na direção?
Lacorte – Exatamente. Vamos renovar o conselho em dois terços. Depois vamos eleger uma comissão de finanças, também de peso, séria, com contadores e auditores. Feito isso, começaremos a cumprir acordo com a Federação Internacional da Cruz Vermelha, no sentido de soerguer a instituição. Vamos começar a trabalhar em projetos de levantamento das contas a pagar, porque temos uma dívida muito grande.
ZH – Qual a avaliação que o senhor faz das denúncias de corrupção na Cruz Vermelha?
Lacorte – Vai ser contratada uma auditoria externa internacional altamente capacitada. Ela é que vai apontar se houve falhas, ilicitudes e erros. Falhas e erros poderão ser corrigidos, e ilicitudes, responsabilizadas. Pessoalmente, parto da premissa de que as coisas não andaram bem e não houve a transparência devida.
ZH – Em caso de confirmação das irregularidades, que medidas serão tomadas?
Lacorte – Quem desviou vai pagar e vai ser responsabilizado penalmente pelo que fez.
ZH – Uma das denúncias diz respeito a desvios no Hospital Ruth Cardoso, de Balneário Camboriú, que estava sob responsabilidade da Cruz Vermelha gaúcha, presidida pelo senhor.
Lacorte – Estava sob responsabilidade do órgão central, usando o nome da filial do Rio Grande do Sul. A Cruz Vermelha Brasileira opera através das filiais. O órgão central quis realizar gestões hospitalares, e a filial que tinha a documentação para concorrer era a do Rio Grande do Sul. O Estado foi designado por portaria para concorrer em nome do órgão central. Mas quem geria o hospital era a direção nacional. Eu não assinava nenhum cheque, não fazia nenhuma movimentação financeira e não designava nenhum técnico.
ZH – O seu nome está entre os indiciados em uma CPI realizada na Câmara Municipal de Balneário Camboriú.
Lacorte – CPI é um procedimento político. Queremos ver o jurídico. Examinei toda contabilidade e nenhum tostão da prefeitura de Balneário Camboriú foi desviado.
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